Milhares de crianças africanas estão perdendo a infância garimpando a matéria-prima que vai parar dentro de eletrônicos como celulares e laptops.
Ziki Swaze é uma delas. Ele trabalha em uma mina de cobalto na República Democrática do Congo.
Esse metal é usado para fabricar baterias de íon-lítio para celulares e computadores portáteis e, mais recentemente, também de carros elétricos.
Metade desta matéria-prima no mundo vem da República Democrática do Congo, e 20% é minerada à mão, muitas vezes por crianças como Ziki.
Ele ficou órfão e, hoje, vive com a avó e é o principal responsável pelo sustento da casa.
“Tenho que trabalhar aqui, porque minha avó tem um problema na perna e não pode trabalhar”, diz ele.
Cerca de 40 mil crianças do país trabalham em minas de cobalto.
Aos 4 anos, elas já ajudam a separar o metal manualmente. Com 10 anos, carregam sacas pesadas de cobalto para serem lavadas nos rios.
Muitas são analfabetas e nunca foram à escola.
“Fico mal, porque meus amigos vão à escola, mas eu não”, diz Ziki.
Isso vem mudando com iniciativas patrocinadas por ONGs e empresas desta indústria que tiram as crianças das minas e as levam para a sala de aula.
Ali, elas ficam protegidas dos riscos potencialmente mortais desse tipo de trabalho.
Além disso, fabricantes de eletrônicos dizem que buscam não usar o cobalto minerado por crianças.
Mas a cadeia de fornecedores é complexa, o que dificulta atingir esse objetivo completamente.
Fonte: G1