O delegado Allan Terruel, responsável pela Delegacia Especializada Contra o Crime Organizado da Paraíba (Decor), contou detalhes do esquema de comercialização de celulares na Penitenciária de Segurança Máxima PB1, desarticulado pela ‘Operação Black Friday’, nesta quarta-feira (19). Segundo Terruel, um dos agentes penitenciários tinha relacionamento amoroso com uma pessoa de fora, e essa pessoa movimentou a família para colaborar com o recebimento dos valores negociados com os presos.
“Nossa investigação revelou que um dos agentes negociava e um outro levava e entregava o equipamento na primeira oportunidade para o preso responsável por repassar para os outros detentos. Os celulares pessoais dos envolvidos deverão ser periciados após ordem judicial e, através de uma perícia, devemos resgatar todo o conteúdo disponíveis nesses equipamentos. Somente depois dessa perícia podemos ampliar o espectro de envolvidos. Por enquanto, a gente trabalha somente com hipóteses”, explicou.
De acordo com o delegado, quatro pessoas estão detidas e devem ser autuadas em flagrante, e uma outra foi conduzida para esclarecimento e que, dependendo do nível de envolvimento, também poderá ser autuada em flagrante.
Sobre a relação do esquema criminoso com a explosão do PB1, que resultou na fuga de 92 detentos, Terruel afirmou que é impossível afirmar alguma coisa nesse momento. “São fatos independentes que podem ou não estar vinculados, só vai dar pra responder essa questão após uma investigação mais detalhada”, esclareceu.
Allan explicou ainda que, em tese, os envolvidos irão responder por corrupção ativa, organização criminosa – com qualificadora por ter agente público envolvido. Estamos estudando também a hipótese de delito especial pela entrada de telefone em estabelecimento prisional”, concluiu.
Fonte: Marayane Ribeiro