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Homem preso por matar mulher espancada em Belford Roxo confessa crime

O homem preso por matar a mulher espancada em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, confessou o crime. Em depoimento, o pedreiro Douglas de Carvalho Avellar deu detalhes da rotina de agressões que a dona de casa Ana Carolina da Conceição de Azevedo vinha sofrendo.

Ela foi morta na sexta-feira (9). Ana Carolina tinha três filhos e as agressões aconteceram na frente das crianças.

Douglas chegou a fugir para a Região dos Lagos logo depois do crime e foi encontrado pela polícia em Cabo Frio no domingo (11). Ele contou que estava fugindo do irmão da vítima.

Ainda no domingo, a juíza Luciana de Oliveira Leal Halbritter, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), determinou a prisão temporária de Douglas pelo prazo de 30 dias, para que ele aguarde o julgamento do caso.

Segundo o delegado Márcio Pereira Teixeira de Melo, responsável pelas investigações, Douglas “espancou a vítima na presença do filho, até provocar sua morte”.

Em depoimento, Douglas disse que já tinha batido em Ana Carolina “muitas vezes”. Ele afirmou que tinha ciúmes e, na quinta (8), depois de ofender e xingar a vítima, ela disse que iria embora de casa.

No relato aos policiais, Douglas contou que se deitou no sofá por volta de 23h e pediu um café para Ana Carolina. Ele contou que acordou assustado com a mulher próxima a ele com uma panela com água quente na mão.

Em outro trecho, Douglas afirmou que segurou Ana Carolina pelo pescoço e começou a agredi-la com socos no rosto e na barriga. O homem disse ainda que a vítima caiu no chão e, mesmo assim, ele continuou a bater nela, por cerca de cinco minutos.

Douglas disse também que, quando foram dormir, ele percebeu que Ana Carolina mal se mexia, apenas para amamentar a bebê de dez meses.

O homem contou ainda que saiu para trabalhar e, quando voltou, Ana Carolina estava desacordada e ele a levou até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bom Pastor. Ele chegou a dizer às equipes de saúde que ela havia tentado o suicídio. Contudo, o laudo do Instituto Médico Legal aponta que Ana Carolina morreu por uma hemorragia interna.

Filho depõe

Um dos filhos de Ana Carolina, de oito anos de idade, contou aos agentes que o padrasto bateu na mãe por dois dias seguidos e não permitiu que ela se alimentasse nesse período.

O menor contou que o padrasto era muito violento e que ele não deixava sua mãe nem mesmo ir até o portão de casa. Em outro trecho, o menor revelou que Ana Carolina tentou fugir de casa diversas vezes, mas que todas as tentativas foram descobertas pelo companheiro.

O filho da vítima contou aos policiais que, na quinta, Douglas chegou do trabalho e “bateu muito” em Ana Carolina. Segundo ele, as agressões continuaram na sexta. O menino disse ainda que Douglas não deixou que sua mãe se alimentasse durante esses dois dias.

De acordo com o depoimento do menor de idade, Ana estava muito fraca durante aquele período e teria vomitado algumas vezes. Ele contou ter visto o padrasto tentando levar a mãe ao banheiro, mas que ela não conseguia andar de tão fraca.

Durante o depoimento, o jovem chegou a contar aos policiais que a mãe tentou pedir ajuda aos traficantes da região para impedir que as agressões do marido continuassem.

Segundo a criança, a mãe chegou a pedir que, se ele fosse na rua comprar pão, que era para buscar ajuda com os traficantes da região para que eles a tirassem de casa.

O menino também contou que ao colocar a cabeça no peito de sua mãe durante aquela noite, ele percebeu que o coração dela estava batendo muito fraco.

Fonte: G1